segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Banho de Chuva

Banho de chuva. Já havia me esquecido como era bom. Sentir as gotas caindo sobre seu rosto. De braços abertos... me sentira livre. Livre para apreciar... livre para sentir a leveza e graciosidade que há em um banho de chuva...
Tomar um banho de chuva é tomar um banho de lembranças... lembranças esquecidas pelos dias que nos passam despercebidos. Ah, como era bom os banhos de chuva na infância... a inocência... a simplicidade... a pureza... a leveza e a grandiosidade que uma criança nos transmite. Coisas que deixamos esquecidas em algum canto dentro de nós. Vestimos-nos com as armaduras que a vida nos apresenta. Tornamos-nos um pouco (ou muito) inflexíveis... ou fortes demais para mostrar nossas fraquezas – me refiro a fraqueza de não mostrar o que sentimos. Somos certos demais para nos permitir errar... Somos seguros demais com nossas incertezas, para nos permitir arriscar... Arriscar. Simplesmente arriscar. E se permitir ver... sentir... a beleza que há no verbo viver. Viver. Viver é arriscar... arriscar de verdade, e poder lembrar... Ah, aquele banho de chuva... gotas d’aguas que se misturavam com as lagrimas que caiam do seu rosto – lágrimas de felicidade. Lágrimas que trouxeram lembranças de uma infância esquecida... de um sorriso perdido... de um olhar distraído... de um amor... de um amor esquecido
...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Apesar de...

Li recentemente uma crônica de uma amiga, que dizia que devemos “cultivar, investir, insistir nas pessoas que queremos em nossa vida”. Palavras que me soaram de tal maneira, que consigo compartilhar de tal sentimento... E foi pensando nisso que lembrei das palavras de Clarice Lispector que dizia: “se deve viver apesar de.”
É o apesar de... que nos invade no dia crepuscular...
Que nos deixa sem chão...
Que nos faz sentir sem lar...
Nem cá, nem lá...
Mas cheia de um mal-estar...
Apesar do mal-estar
É preciso estar...
Suportar...
Inventar...
Cultivar...
Apesar de não saber...
É preciso buscar...
Apostar...
Permitir...
Arriscar...
Apesar de não se ter certeza...
De não saber como será o fim
É preciso sempre começar...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Lua

Mais um mês se passa...
E novamente ela surge no céu...
Com um brilho que encanta...
A quem ouça a reparar...
Olhar...
Ainda que por um instante...
A magia que há...
Nesse circulo suspenso no ar...
A quem doravantes...
Nunca a tenha reparado...
A beleza que há...
Nesse circulo suspenso no ar...
Mas, aqueles que por ela...
Encantam-se...
Contam os dias...
As fases...
Para novamente
Ver suspenso no ar...
O brilho de um Luar...
Que encanta...
A quem se dispõe...
A olhar...
O brilho de um Luar...

domingo, 18 de julho de 2010

Noite de inverno

Ah, o inverno! Alguns diriam que no inverno as pessoas se fecham... ficam mais frias... Às vezes sem expressar seus sentimentos. Acredito que não. Noites de inverno sempre são inspiradoras, quando se permite sentir o que ela pode nos oferecer. Em noites de inverno, prefiro sentir o vento. O vento que traz o cheiro. O arrepio de um toque. A segurança de um abraço. A leveza de estar junto. O não dito - ou bem dito - de um olhar. A sinceridade de um sorriso. A delicadeza de um gesto. O barulho da respiração que antecipa o beijo. O inesperado beijo. O beijo que te faz sentir todo o calor que o inverno pode ter... Ah, o inverno! Das estações, a que mais desperta desejo... Desejos de uma noite de inverno.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Quem sou?

Quem sou?
Para alguns uma pergunta...
Para outros um ponto...
Pra mim?
Apenas, reticências...
Eu sou o que Vivi...
Eu sou o que Vivo...
Eu sou o que eu nem mesma sei dizer...
Posso ser o que você quer ver...
Mas, posso ser aquilo que você esconde ser...
Posso não ser...
E não sendo...
Não sabendo...
Saberei ser...
O que ninguém ver...
O que ninguém espera ser...
O que eu não sei dizer...
Porque se digo quem sou...
O conto acabou...